Volto novamente
a querer alguma coisa.
Encontro-me
novamente
numa intimidade à qual pertencem os meus pensamentos
mais densos.
Porque aceito
que há coisas
que existem.
Existem numa
qualquer função
mesmo que inanimadas.
Observo
E observando
chamo presenças
que aleatoriamente
se cruzam entre
mim
e o espectro abrangente
da minha observação.
Rapidamente e naturalmente
tudo se diluí,
perdendo os corpos
o magnetismo
que primeiro os juntou.
Aceita-se não saber
e aceita-se viver
a aceitar não saber.
Porque não se SABE nada.
Quais os factos mais concretos?
Eu não sei nada
E atinge-me a agonia de saber não poder
voltar ao grau zero.
O magnetismo da minha
observação abrangente
volta, sem ter essa intenção,
a reunir olhares que pareciam perdidos,
focados num outro campo de magnetismo
que já não era meu e
que da minha presença
parecia que tinham anulado a necessidade.
E então respiro fundo
e cerro o olhar
na vida que me rodeia
e tudo se comprime
e se fecha
num saber mais ou menos ilusório
de que já sabia.
Aborto a expansão
e em seu lugar
instala-se
o nervoso miudinho movimento
do meu corpo
que inicia golfadas de pensamentos
e acelera
provocando-me uma sensação
atroz;
avassaladora
de instabilidade,
onde tudo dá início a um acabar demasiado rápido.
E no acabar
vejo uma oportunidade
de me recompor
e de voltar a mim
iniciando-me numa nova
expansão
que cruza
aleatoriamente
campos magnéticos
inesperados
e que pareciam já perdidos
mas que renascem
e me impulsionam
para um ritmo lento
que sugo até ao tutano
por ser tão longe de mim
tão desesperadamente longe de mim
que me obriga a SER quando
o alcanço
E SOU por momentos.
{apontamento 33.}
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