sábado, 19 de setembro de 2020

As flores estão espalhadas pela casa. Primeira respiração. O chá de perpétuas roxas está em cima da mesa. Segunda respiração. O vizinho do prédio ao lado grita. Terceira respiração. A vizinha de cima caminha com pés de aço. Quarta respiração. As sirenes lá fora. 

Pausa.

Pausa longa.

Ele olha. Suspende a respiração. Mergulha. Ganha tempo, espaço. Espaço para ser. Por agora sem mais palavras, apenas o tempo, o espaço e o silêncio.

{apontamento 27.} 

De todos os sons que alguma vez escutou, aquele foi o mais ensurdecedor. Mas o céu estava calmo, as árvores paradas, a terra parecia não mex...